A Comissão Política Nacional do Partido Comunista Brasileiro (PCB) vem a
público manifestar seu repúdio ao golpe militar em Honduras, expressar
sua irrestrita solidariedade ao povo hondurenho, exigir que o presidente
constitucional, Manoel Zelaya, seja imediatamente reconduzido ao cargo para
o qual foi eleito e conclamar o povo hondurenho a resistir aos golpistas de
todas as formas até derrotar essa tentativa fascista de mudar o curso
político na região.

Trata-se de uma atitude desesperada de uma oligarquia brutal que domina o
País e que visa com este golpe brecar as aspirações da população por
mudanças, de forma a manter seus privilégios seculares. Honduras vinha
vivenciando um processo de democratização desde a eleição do presidente
Zelaya, com suas ações no sentido de restringir os privilégios das
elites, favorecer os camponeses e incorporar-se à ALBA. Esse processo
iria se intensificar com uma consulta popular, que abriria espaço para a
convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte.

Inconformada com os avanços e com a participação popular na política,
as oligarquias recorreram à sua velha fórmula para continuar saqueando o
País: implementaram o golpe de Estado, seqüestraram o presidente
legitimamente eleito e o exilaram na Costa Rica, num enredo típico que
relembra os velhos tempos das ditaduras sanguinárias latino-americanas, de
triste memória para os povos da região.

Apesar das declarações dúbias de Barack Obama a respeito – diante do
repúdio da opinião pública mundial e da grande maioria dos governos
nacionais, inclusive europeus – há fortes evidências da participação
da embaixada norte-americana, de multinacionais, da USAID e da CIA na
preparação e execução do golpe. Afinal, o imperialismo ianque é o
maior interessado em frear as mudanças na América Latina.

O PCB também destaca que na articulação deste golpe tiveram um papel
importante os meios de comunicações conservadores da América Latina que,
com desinformação e manipulação, criaram um ambiente propício para que
a oligarquia e os militares rompessem o processo constitucional em
Honduras. Esses meios de comunicação têm sido o principal instrumento
ideológico de resistência às mudanças que vem ocorrendo na América
Latina, o que torna urgente a luta pela democratização dos meios de
comunicação na região.

Queremos ressaltar que este golpe é uma afronta a todos os povos da
América Latina. Por isso, nenhum governo deve reconhecer os golpistas. O
PCB conclama o povo hondurenho a resistir de todas as formas possíveis
para derrotar o golpe. Além disso, as forças progressistas da América
Latina devem ir imediatamente para as ruas, manifestar na prática sua
solidariedade ao povo hondurenho e ao governo constitucional do presidente
Zelaya.

Rio de Janeiro 28 de junho de 2009
Comissão Política Nacional do PCB