FIES: Um programa para poucos
No site da Caixa Econômica Federal, encontramos a seguinte definição para o FIES:
O Programa de Financiamento Estudantil - FIES é destinado a financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não têm condições de arcar com os custos de sua formação e estejam regularmente matriculados em instituições não gratuitas, cadastradas no Programa e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo MEC.
Os estudantes em Itumbiara, entretanto, reclamam que o programa não tem cumprido sua função. Cheio de obstáculos e desconfianças por parte do governo federal, muitos não conseguem o financiamento ou se humilham para consegui-lo.
A primeira reclamação é quanto ao tempo do processo de seleção. Segundo o cronograma no site da CEF, a última seleção demorou cerca de quatro meses (as inscrições iniciaram em março e a contratação apenas em julho).
O mais ridículo, entretanto, é a exigência de garantia: um fiador! Exige-se ainda que o fiador seja idôneo com comprovante de renda mensal “Pelo menos iguais ao dobro da parcela mensal da anuidade ou semestralidade, no caso de estudantes regularmente pagantes.”
Eles ainda aceitam a fiança solidária por parte de grupos de cinco estudantes, desde que também tenham idoniedade cadastral (como chamamos por aí, tenha o nome “limpo”) ou fiança da Instituição de ensino que deve “regularidade no Cadastro Informativo de Créditos Não-Quitados do Setor Público Federal - CADIN.”
Em um empréstimo bancário simples, isso seria até aceitável, mas concordar que algo assim é um programa federal para garantir a permanência no ensino superior é piada, e de muito mau gosto.
A UJC de Itumbiara reconhece que qualquer investimento público no Ensino Privado é um erro, pois valoriza uma educação para o mercado, descompromissada com as necessidades populares. Entretanto, não fechamos os olhos para a realidade que se impõe.
O FIES parece feito para não funcionar. O programa precisa ser mais simples, rápido e sem essas exigências mirabolantes. O governo federal tem como lema “Um Brasil para todos” e especificamente para o ensino superior “Uma Universidade para Todos”. O FIES se distancia, e muito, desse ideal. É feito para poucos, bem relacionados ou que se humilham, implorando por um fiador para continuar estudando.
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